domingo, 3 de janeiro de 2016

Queques de Chocolate, adoçados com Agave (sem açúcar)


Faço queques de chocolate muitas vezes. São simples e rápidos de fazer e rápidos de cozinhar, por isso quando me apetece comer bolo de chocolate, habitualmente faço uns queques num instante. Foi o caso de hoje, e saíram estes queques, que já estão a ser comidos pelo meu marido e pela minha filha.

Esta receita não leva açúcar, mas xarope de agave para adoçar, pelo que dá para quem não pode ou não quer comer açúcar refinado. A receita é do livro "Chloe's Vegan Desserts".

Para preparar os queques não é necessário batedeira. Como utensílios é preciso duas taças grandes, uma vara de arames, chávenas e colheres de medida e um copo medida para líquidos.

Ingredientes (para 16 queques):

- 1 e 1/2 chávenas de farinha de trigo sem fermento T65
- 1/3 chávena de cacau em pó
- 1 c. chá de bicarbonato de sódio
- 1/2 c. chá de sal fino

- 1 chávena de xarope de agave
- 3/4 chávena de leite de arroz ou de amêndoa
- 1/2 chávena de óleo de girassol
- 2 c. sopa de vinagre de sidra

Preparação:

Ligue o forno a 180º e prepare duas formas de queques com copinhos de papel (cupcake liners).

Numa taça grande coloque todos os ingredientes secos e misture bem com a vara de arames.
Na outra taça coloque todos os ingredientes líquidos e misture bem com a vara de arames.
Junte os líquidos aos secos e misture com a vara de arames, só até estar tudo combinado. Não misture demais.

Simples não é? :-)

Distribua a massa pelas forminhas preparadas, enchendo até 3/4 da sua capacidade, e leve ao forno durante 16 a 18 minutos. Quando retirar do forno deixe arrefecer numa grelha.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Balanço de um ano e meio revolucionário e iluminador

Faz agora mais ou menos um ano e meio que decidi mudar radicalmente a minha alimentação e modo de vida. No início de 2014 comecei este blogue, para me ajudar a fazer a transição de uma alimentação principalmente carnívora para uma alimentação, primeiro vegan, e mais tarde plant-based (baseada em plantas).

Este percurso não foi fácil (na verdade ainda não é totalmente fácil), porque demora fazer uma mudança de mais de 30 anos (eu admito, quase 40 anos) de um modo de comer e de cozinhar, para outro muito diferente.

Deparei-me com muita resistência por parte das pessoas à minha volta, umas mais próximas e outras menos próximas, mas com força de vontade e auto-estima consegui vencer muitos preconceitos. O meu marido sempre foi o meu maior apoiante, incentivando-me e comendo tudo aquilo que eu cozinho. :-)

Os meus filhos têm sido um desafio, mas acho que ja encontrámos um certo equilíbrio cá em casa: faço-lhes carne 2 vezes por semana, peixe uma vez por semana, e nas restantes refeições tento que comam vegetariano.
É uma luta constante, mas quem tem filhos pequenos sabe que qualquer refeição pode descambar numa luta para eles comerem. Cá em casa o que tem resultado melhor é "Come que vais ver que gostas, e se não comeres a comida hoje, amanhã faço vegetariano de novo.". hehe... (para quem já está a julgar-me, não vale a pena, que eu não ligo a julgamentos, e o que me interessa é alimentar os meus filhos.)

A minha mãe no início também foi resistente, e tentava demover-me, mas agora já aceita e preocupa-se sempre em ter um prato vegetariano para mim nos almoços de família.

Mas e tem sido difícil resistir a comer carne? Na maior parte das vezes não.
Tal como escrevi aqui, voltei a comprar carne e peixe, e no início pensava que também ía comer um pouco quando cozinhasse para a minha família, mas na verdade não o faço.
Admito que o cheiro de um frango assado ou ver um hambúrguer caseiro me deixa com água na boca, mas já não tenho vontade de os comer (eu chamo-lhe o efeito Jasper Cullen, na cena do primeiro Twilight em que o Jasper atravessa o refeitório da escola com um ar sofredor) :-)
Neste último ano e meio acho que só não resisti 3 ou 4 vezes, comi duas vezes hambúrguer fora de casa e uma vez hambúrguer caseiro feito por mim. Nas férias de verão é que foi mais difícil, no Algarve quando jantei fora, porque as saladas, vegetais cozinhados e o que pudesse passar por comida vegetariana era intragável, e tive que comer peixe talvez 2 vezes. Por isso se pensarmos no número de refeições que fazemos num ano, 3 ou 4 vezes é um número ínfimo.

Assim, resignei-me a cozinhar dois pratos diferentes quase todas as noites. Continuo a acreditar que quando os meus filhos forem mais velhos, logo lhes explicarei porque sou vegetariana. Quando eles estiverem preparados para toda essa informação, e quando tiverem poder de decisão sobre o que comem na escola. Por enquanto isso não é possível, por isso vamos continuando como estamos.

E quanto à saúde? Estou mais ou menos saudável?
A minha mudança inicial não foi repentina. Pesquisei muito, li muito, e não retirei somente alimentos da minha alimentação. Substituí-os por outros e introduzi outros que não comia. Informei-me acerca das possíveis deficiências nutricionais de que poderia vir a sofrer, como a vitamina B12 e o cálcio, e certifiquei-me de que isso não me atingiria.

A vitamina B12 é essencial à nossa saúde e só se consegue consumir o suficiente com produtos animais. Assim, para não arriscar ficar com carência, passei a tomar um suplemento da Solgar que comprei no Celeiro, não diariamente porque não é necessário, mas uma ou duas vezes por semana. É o suficiente e nas últimas análises ao sangue que fiz, o meu nível estava excelente.

Quanto ao cálcio, o principal mito do leite de vaca, os vegetais de folha verde são mais ricos em cálcio do que o leite, por isso o cálcio nunca foi um problema.

O único problema que tive foi com a vitamina D. Esqueci-me dela e não entendi bem a sua função, por isso quando fiz análises ao sangue há uns meses atrás, apesar de todos os meus níveis de proteína, cálcio e B12 estarem óptimos, já estava com deficiência de vitamina D, e tinha sintomas disso (cansaço, pernas pesadas...). Assim, a minha médica receitou-me um suplemento que tomo uma vez por mês, e já recuperei.

Passado este ano e meio sinto-me perfeitamente saudável, e sinto-me melhor fisicamente do que antes. Como exemplos, eu costumava ter crises de síndrome do cólon irritável, e desde que deixei de comer produtos animais já não tenho tido mais. O meu peso, que tinha descido quando deixei de beber leite de vaca e depois quando virei vegan, entretanto recuperou e estabilizou. E a minha pele está com muito melhor aspecto. Até uma amiga me comentou isso há uns dias.
É só melhorias!

Como curiosidade, há uns dias atrás saiu um artigo no New York Times acerca do brilho que os vegan parecem ter, e o facto de se estar a tornar bem visto socialmente ser vegan. Para ler aqui: Vegans Go Glam

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sopa de lentilhas, batata doce e acelga


Há sopas que são tão completas nutricionalmente, que não precisam de segundo prato. Na minha opinião, esta é uma dessas sopas, porque além dos vegetais habituais, tem hidratos de carbono (batata-doce), proteína (lentilhas) e folhas verdes (acelga).

As sopas cá em casa costumam ser o início da refeição, e são sempre trituradas em creme, porque se eu servisse sopa como esta aos meus filhos, eles diziam-me logo que não gostavam e que não comiam. E como eu já tenho "batalhas" suficientes com eles acerca dos mais diversos tópicos, prefiro passar a sopa e poupar-nos a todos mais uma guerra à mesa. Quem tem crianças sabe bem como é. :-)
Então neste dia esta sopa foi só para mim e para o meu marido. E ficou saborosa e reconfortante.

Ingredientes:
- 1 cebola roxa, cortada finamente
- 1/2 pimento vermelho, cortado em tiras finas e pequenas
- folhas de acelga, com os talos separados das folhas
- 2 batatas doces, cortadas em cubos pequenos
- 1 dente de alho, picado
- 2 colheres de sopa de lentilhas vermelhas sem casca
- azeite, sal, pimenta preta e alecrim
- caldo de legumes (aproveitei de outra sopa que tinha ao lume)

Preparação:

Descasque, lave e corte todos os legumes como indicado. Separe os talos das acelgas das folhas e corte os talos em pedaços pequenos. Enrole as folhas e corte-as finamente.

Aqueça uma panela em lume médio, deite um fio de azeite e adicione a cebola, o pimento e os talos de acelga. Deixe cozinhar durante alguns minutos, mexendo de vez em quando, até começarem a amolecer.


Junte a batata doce, adicione caldo de legumes e as lentilhas passadas por água.
Eu aproveitei que tinha outra panela ao lume a cozinhar sopa, e tirei algumas conchas do caldo para aqui.

Junte os temperos, envolva e deixe cozinhar cerca de 10 minutos.


Junte as folhas de acelga cortadas, tape, e deixe cozinhar durante mais uns 5 minutos.
Quando a batata estiver cozinhada, retire do lume.



sábado, 19 de setembro de 2015

Bolonhesa de cogumelos e lentilhas


Durante as nossas férias de verão os pratos que fiz eram quase sempre salteados de vegetais, com leguminosas e frutos secos. Era só isso que me apetecia, ía variando os ingredientes, e era rápido e simples.
Agora que estamos de regresso à vida normal, e que o tempo já começa a arrefecer um pouco, começa a apetecer-me fazer de novo pratos de cozedura mais lenta, daqueles que se comem bem quentes e que confortam.

Este molho de bolonhesa foi o primeiro deste fim de verão, e ficou uma delícia a acompanhar esparguete. Piquei cogumelos e cenouras no processador, cozinhei-os com lentilhas castanhas já cozidas, juntei mais alguns ingredientes e temperos habituais de bolonhesa, e o resultado ficou óptimo. Visualmente parecia bolonhesa de carne (embora eu não cozinhe com esse objectivo), a textura estava perfeita e o sabor bem apurado, até um pouco adocicado.

A minha filha de 3 anos adorou! O meu filho de 7 anos diz logo que não come nada vegetariano, mas (depois de alguma negociação) lá experimentou e também gostou. O meu marido adorou e repetiu (por gula, segundo as palavras dele). Resumindo, é receita para escrever e fazer mais vezes.

Este molho é óptimo para fazer em maior quantidade para sobrar para o dia seguinte, ou para congelar em doses pequenas. Depois é só deixar descongelar e aquecer lentamente ao fogão.

Mas vamos à receita. :-)


Ingredientes:

- azeite
- 1 cebola roxa média
- 1 cenoura grande
- 1 dente de alho
- 1 pimento vermelho pequeno
- 5 ou 6 cogumelos brancos inteiros
- 100 ml de vinho branco
- 1 lata pequena de lentilhas castanhas, cozidas
- 1 lata de tomate em pedaços em sumo de tomate
- 50 ml de água
- sal, pimenta preta, orégãos e manjericão secos

Preparação:

Descasque a cebola, a cenoura e o dente de alho, e pique-os num processador com a lâmina de corte (ou na Bimby, durante 5 segundos, velocidade 5). Retire e reserve.
Lave os cogumelos e corte-os ao meio. Coloque-os no processador juntamente com o pimento vermelho e pique. Retire e reserve.

Aqueça uma panela de fundo grosso, deite um fio de azeite e junte o picado de cebola e cenoura. Cozinhe durante 3 a 4 minutos, até começar a amolecer.
Junte a mistura de cogumelos e pimento, mexa e cozinhe durante 5 a 7 minutos.
Adicione o vinho e deixe evaporar o álcool.
Adicione as lentilhas e os tomates. Coloque um pouco de água na lata vazia, faça-a rodar e junte à panela.
Tempere com sal, pimenta e muitos orégãos e manjericão.

Envolva bem, deixe levantar fervura, tape e deixe cozinhar durante cerca de 15 minutos.
No fim junte um pouco da água de cozer a massa, deite um fio de azeite e mais manjericão.
Sirva quente envolvido em massa.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Batata doce cozida com grão e salada de tomates



Adoro batata doce cozinhada de todas as maneiras. Desta vez cozi-a a vapor no fogão, juntei grão cozido (por mim) e uma salada de tomates de verão. Resultou num prato simples, tal como eu gosto dos pratos de verão.


Ingredientes:

- batata doce
- azeite e mel ou xarope de agave
- grão (cozido ou seco)
- tomates variados (usei cherry, tomate pêra amarelo e tomate zebra verde)
- azeite e vinagre balsâmico
- sal e ervas aromáticas

Preparação:

Para cozer o grão:
Coloque de molho durante 8 a 12 horas. Escorra e coza na panela de pressão, em água com sal e uma folha de alga Kombu, durante 25 a 30 minutos. Escorra e está pronto a usar.

Para a batata doce:
Descasque as batatas, lave-as e corte em cubos pequenos. Envolva num fio de azeite e mel, tempere com um pouco de sal, e coloque a cozer a vapor durante 15 a 20 minutos. Eu cozo num acessório que se coloca em cima de uma panela.

Lave os tomates e corte os maiores em pedaços. Tempere com flor de sal e ervas aromáticas, e regue com azeite e vinagre balsâmico. Envolva bem.

Sirva tudo junto, a batata e o grão quentes e a salada fria.

domingo, 13 de setembro de 2015

Esparguete rápido com tomates de verão



Este prato foi exactamente o que o título diz, foi uma massa muito rápida de preparar e muito colorida com tomates de verão.
Durante todo o verão tenho comprado as diversas variedades de tomates que só se encontram nesta época, coloridos, doces e muito divertidos para fazer saladas, cozinhar ou simplesmente juntar a algum prato no fim da preparação (como este). Estou a aproveitar porque agora em Setembro ainda os encontro no Brio, mas sei que daqui a poucas semanas já não vai haver mais.

E foi de novo a pensar em juntar alguns ingredientes que tinha no frigorífico, que saiu este prato para o almoço de um destes dias.
Depois de tudo junto temperei com flor de sal com ervas aromáticas de Castro Marim, e ficou bonito e muito saboroso.


Ingredientes:

- esparguete
- ervilhas (congeladas ou de conserva)
- uma mão cheia de nozes
- azeitonas kalamata
- tomates variados (usei tomate chucha cherry e tomate pêra amarelo)
- sal e ervas aromáticas para salada

Preparação:

Coza o esparguete al dente em água a ferver temperada com sal.

Enquanto a massa coze, pique as nozes com uma faca grande em cima de uma tábua de cozinha, e reserve.
Lave os tomates e corte os maiores ao meio. Reserve.

Quase no fim da cozedura da massa, adicione as ervilhas e as nozes, deixe durante 1 minuto e escorra tudo. Coloque num prato, adicione as azeitonas kalamata e os tomates. Tempere com flor de sal e ervas aromáticas e sirva.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Bolo de banana e nozes


Quando tenho bananas maduras demais para comer, aproveito-as para fazer bolo de banana. É uma maneira de não desperdiçar comida, e um bolo sabe sempre bem.
Já cá tenho no blogue uma receita, mas a minha receita preferida foi sempre esta do Confessions and Cookbooks. Então deitei mãos à obra e pus-me a fazer experiências para ver se conseguia um resultado tão bom como o original substituindo os ovos e o iogurte. E não é que consegui? :-)
Substituí os ovos por um "ovo de linhaça" (1 e 1/2 colheres de sopa de linhaça moída, misturadas em 2 colheres de sopa de água morna), e em vez de iogurte usei leite de arroz.

Resultou muito bem, o bolo ficou com uma textura fantástica, e um sabor delicioso!


Ingredientes:

- 2 chávenas de farinha com fermento
- 3/4 chávena de nozes (eu não tinha, usei amêndoas com pele e ficou muito bem)
- 3/4 chávena de açúcar branco
- 3/4 c. chá de bicarbonato de sódio
- 1 c. chá de fermento em pó
- 1/2 c. chá de sal fino
- 4 bananas pequenas muito maduras (usei bananas da madeira)

- 130 ml de leite de arroz
- 2 c. sopa de óleo de girassol
- 1 c. chá de extracto natural de baunilha

Preparação:

Ligue o forno a 170º e coloque a grelha a meio da parte de baixo.

Numa taça grande, misture todos os ingredientes secos, incluindo as nozes (ou as amêndoas).


Num prato raso esmague bem as bananas com um garfo. Coloque o leite de arroz e o óleo num copo medida e adicione as bananas esmagadas. Misture com uma colher de pau ou de silicone.


Junte os ingredientes molhados aos secos e envolva com uma colher de silicone, até deixar de ver farinha. A mistura fica muito espessa e grumosa. É mesmo assim.


Prepare a forma: unte uma forma comprida com spray de óleo (eu uso da Espiga), forre o fundo com papel vegetal e polvilhe os lados com farinha.
O meu lema no que se refere a forrar as formas dos bolos é "não tem graça ter trabalho a fazer um bolo, para depois ele se pegar à forma e se desmanchar ao desenformar."


Coloque a massa na forma e distribua-a com a ajuda de uma espátula de silicone.


 Leve ao forno durante 50 a 60 minutos, até que um palito espetado no centro saia seco.
Quando estiver cozido, deixe arrefecer durante 5 minutos na forma, em cima de uma grelha, depois desenforme e deixe arrefecer totalmente em cima de uma grelha.



O bolo conserva-se bem à temperatura ambiente durante 2 a 3 dias, mas se estiver muito calor é melhor colocar numa caixa hermética no frigorífico.
A partir do dia seguinte, eu gosto de comer as fatias um pouco torradas na torradeira.