segunda-feira, 31 de março de 2014

Cous-cous com brócolos, beterraba e queijo halloumi (vegetariano)


Este prato foi um almoço improvisado com cous-cous que tinham sobrado da véspera. É que eu nunca consigo acertar com a quantidade de cous-cous e faço sempre muito a mais, e o que sobrou deu novamente para uma refeição para nós os 4. Assim num instante cozi uns brócolos, juntei pedaços de beterraba de conserva e grelhei umas fatias de queijo halloumi. Ficou colorido e saboroso.

Ingredientes:
- Cous-cous
- brócolos
- beterraba de conserva, cortada em pedaços
- queijo halloumi
- sal
- ervas aromáticas a gosto
- azeite

Preparação:
Prepare os cous-cous conforme as instruções da embalagem, temperados com sal, no fim solte com um garfo e reserve.
Coza os brócolos e água com sal.
Corte fatias de queijo halloumi e grelhe num grelhador sem adicionar qualquer gordura.
Sirva os cous-cous com os brócolos, beterraba em pedaços pequenos e o queijo. Tempere com ervas aromáticas a gosto, regue com um fio de azeite e sirva.

domingo, 30 de março de 2014

Ementa para a próxima semana

Segunda-feira:
Almoço: o prato vegetariano que houver no restaurante perto do emprego
Jantar: Vegetais salteados na frigideira com avelãs, acompanhados com arroz integral

Terça-feira:
Almoço: o que sobrou do jantar de ontem
Jantar: Estufado de feijão preto com batata doce

Quarta-feira:
Almoço: o que sobrou do jantar de ontem
Jantar: Cogumelos Portobello grelhados acompanhados com arroz e cenouras assadas no forno

Quinta-feira:
Almoço: Sandes de hummus com cenoura e abacate (ou com pimentos vermelhos assados de frasco e abacate)
Jantar: Fettucine Alfredo vegan

Sexta-feira:
Almoço: o que sobrou do jantar de ontem
Jantar: Minestrone (esta ou esta ou esta)

Sábado:
Pqueno-almoço: Panquecas
Almoço: Almôndegas de arroz integral e cogumelos com esparguete e molho de tomate
Jantar: Baked beans acompanhados com batata doce assada e couve estufada (collard greens)

Domingo:
Pequeno-almoço: Vegan baked oatmeal (adaptado daqui)
Almoço: Pot pie de abóbora, acelga e grão
Jantar: (improvisado com o que apetecer e houver no frigorífico)

sábado, 29 de março de 2014

Bolonhesa de lentilhas



Sempre gostei de esparguete à bolonhesa, é uma das minhas comfort-food. Tenho experimentado algumas receitas vegan com ingredientes como feijão ou soja mas nenhuma me tinha agradado o suficiente até agora. Vi uma receita de bolonhesa de lentilhas no blogue "Compassionate Cuisine", adaptei ao molho que costumava fazer e resultou bem. As lentilhas não se parecem com carne picada, não ficou uma imitação de bolonhesa com carne. Assumi as lentilhas e fiz um molho de bolonhesa à volta delas como fazia antes com carne.


Para 4 a 6 pessoas:
- esparguete
- 3/4 chávena de lentilhas secas (ou 1 lata de lentilhas cozidas)
- 1 cebola grande
- 2 dentes de alho
- azeite
- 2 folhas de louro
- sal, pimenta e orégãos
- 1 lata de tomates pelados em sumo de tomate
- espinafres
- 1 chávena de caldo de legumes
- polpa de tomate
- 1/4 chávena de leite vegetal (aveia, amendoa,...)

Preparação:

Se utilizar lentilhas secas, demolhe-as numa taça grande durante umas 2 horas. Escorra e utilize na receita.
Coza o esparguete em água com sal e reserve.
Descasque e pique a cebola e o alho e cozinhe num pouco de azeite, durante 7 minutos. Adicione os tomates cortados em pedaços com o sumo da lata, o louro e os temperos e cozinhe durante 5 minutos.
Adicione os espinafres e as lentilhas, junte o caldo e a polpa de tomate e deixe cozinhar durante 10 a 20 minutos, consoante esteja a usar lentilhas já cozidas ou não.
Uns minutos antes do fim adicione o leite vegetal, para compensar a acidez dos tomates.
Sirva o molho envolvido na massa.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Cous-Cous com cebola caramelizada, beterraba e maçã


Este prato foi inspirado num que comi no "The Decadente" e de que gostei muito. A versão do restaurante tinha rúcula por cima e molho de iogurte (que eu pedi para não porem), mas eu não tinha rúcula em casa por isso servi polvilhado com salsa.
Foi rápido e simples de se fazer, ideal para as noites de semana, ficou saboroso e muito colorido, e o meu marido adorou.


Para 4 pessoas:
- Cous-cous (eu nunca acerto na quantidade, faço sempre a mais, muito mais)
- Azeite
- 1 cebola grande
- sal, pimenta e manjericão
- Beterraba de conserva
- 3 ou 4 maçãs, consoante o tamanho
- Salsa ou rúcula

Preparação:
Prepare o cous-cous de acordo com as instruções da embalagem, temperado com sal. No fim solte com um garfo e ser for necessário adicione um pouco de azeite. Reserve.
Enquanto o cous-cous cozinha, corte a cebola em rodelas finas e cozinhe-a numa frigideira com azeite, tempere com sal, pimenta e manjericão e deixe cozinhar até ficar alourada e macia. Corte a beterraba em pedaços pequenos se for necessário e adicione à cebola para aquecer.
Descasque as maçãs e corte-as em cubos pequenos. Reserve.
Para servir coloque cous-cous num prato, adicione a cebola, beterraba e maçãs, polvilhe com salsa picada e regue com um fio de azeite. Sirva quente.

sábado, 22 de março de 2014

Tosta de cogumelos e maçã



Vi umas tostas deste género num programa "Jamie's 15 minute meals" e fiquei espantada com a simplicidade e rapidez de fazer uma tosta com um ar tão gourmet. As tostas originais levavam queijo por cima e iam ao forno para derreter, mas eu omiti o queijo para fazer uma versão vegan. No programa eram o acompanhamento para uma sopa de cogumelos (que hei-de fazer um dia destes).
São uma entrada ou um snack bonito, delicioso e com um ar chique e elaborado. O meu marido adorou.

Para 4 tostas:
- 8 cogumelos brancos ou castanho, de tamanho médio a grande
- 4 fatias de pão
- 2 maçãs (eu usei golden delicious)
- salsa frisada, ou rúcula, ou espinafres (quaisquer folhas verdes que saibam bem cruas)
- azeite

Preparação:

Corte a base aos cogumelos, para que fiquem com a base lisa, e coloque-os a grelhar com a base para baixo, num grelhador quente. Deixe grelhar durante uns minutos até os cogumelos ficarem com as marcas do grelhador. Vire-os e coloque as fatias de pão no grelhador também. Não as mexa para que fiquem com as marcas do grelhador. Quando tiverem as marcas, vire-as para grelhar do outro lado.
Retire para um prato ou tábua e reserve.


Enquanto os cogumelos e o pão grelham, corte as folhas, e lave e corte a maçã em palitos (aqui dava jeito ter tirado fotos, mas não me lembrei). Para cortar em palitos, coloque a maçã inteira de lado numa tábua e corte-a em rodelas finas da base para o topo. Não se preocupe com os caroços, que hão-de cair. Coloque as rodelas todas juntas na tábua e corte-as em palitos.


Para empratar coloque uma fatia de pão num prato ou travessa, por cima coloque 2 cogumelos com a base para cima, depois as folhas (eu usei rúcula numa e espinafres na outra) e por cima os palitos de maçã. Regue com um fio de azeite e sirva.
(Come-se à mão a tentar não deixar cair nada.)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Resumo da semana #2

A organização é fundamental para simplificar a nossa vida. Naquilo que pode ser planeado e organizado, conseguir fazê-lo faz uma grande diferença entre ter uma semana que flui com facilidade ou ter uma semana em que a decisão e preparação das refeições é um caos e uma canseira.
Há bastante tempo atrás, nos tempos do meu blogue Confessions, eu costumava planear as refeições e as compras, mas desde há algum tempo para cá deixei de o fazer. Quando dei por mim estava a decidir o jantar no próprio dia e a ir ao supermercado todos os dias. Todos os dias!
Já não aguentava e decidi organizar-me de novo, o que é especialmente importante agora que estou a cozinhar pratos pela primeira vez e com ingredientes que não costumava ter em casa.

Assim, no domingo passado sentei-me à frente de um planeamento de refeições em branco para a semana seguinte, e seleccionei uma receita para cada dia das várias folhas impressas com receitas, de um livro de culinária e de um blogue que tinha acabado de conhecer.
Dali vi o que não tinha na despensa e fiz uma lista de compras (espantosamente pequena, pois só tinha que comprar 4 ou 5 coisas) e nesse dia fui ao supermercado comprar o que ía precisar para toda a semana, para ver se não tinha que voltar lá até ao fim-de-semana seguinte.
E resultou.
Durante a semana só troquei um prato de um dia para outro, e tive muito menos "meal-preparation-related-stress". :-)
Com isto, consegui também comer vegan toda a semana excepto um dia em que o prato tinha queijo.

Exemplo de planeamento:

- Segunda-feira: Risotto de cogumelos
- Terça-feira: Fettucine Alfredo vegan
- Sexta-feira: Hamburgueres veggie com arroz
- Sábado: Pizza / Sopa de cogumelos
- Domingo: dia de improvisar com o que sobrou no frigorífico e de fazer o planeamento para a semana seguinte

terça-feira, 18 de março de 2014

Falafel (mini hamburgueres de grão-de-bico)


Falafel são umas bolinhas de grão-de-bico tradicionais do Médio Oriente, que são fritas e comidas dentro de pão, pão pita, com hummus ou molho de Tahini. Eu não fritei em óleo, fritei na frigideira em um pouco de margarina, e não tinha tahini, por isso acompanhei com ketchup caseiro e molho de cranberry (parece que não tem nada a ver, mas gostámos do doce do molho a contrastar com as especiarias do falafel).
Receita do livro "Chloe's Kitchen".

Para 4 pessoas:
- 1 frasco de 400g de grão-de-bico cozido, escorrido e passado por água
- 1 cebola roxa pequena
- 2 dentes de alho pequenos
- 5 tomates secos, dos que são conservados em óleo
- 1/2 chávena de salsa fresca, ou 1/4 chávena de salsa seca
- 1 c. chá cominhos moídos
- 1 c. chá coentros moídos
- 1 c. chá sal grosso
- 1/2 chávena de farinha sem fermento
- margarina ou azeite, para cozinhar

Descasque a cebola e os alhos, corte-os em pedaços pequenos e coloque-os na Bimby ou num processador de alimentos. Se não usar Bimby, pique-os finamente. Adicione o grão, e todos os restantes ingredientes, e dê uns toques de turbo (ou pulse) até estarem picados mas não totalmente desfeitos. Se for necessário, desça o que ficou nos lados do copo e dê mais uns toques de turbo.
Retire a mistura para uma taça e, com as mãos molhadas, forme bolinhas e espalme-as um pouco par ficar com formato de hamburgueres altos.
Derreta um pouco de margarina ou aqueça azeite numa frigideira anti-aderente e cozinhe-os até estarem dourados, cerca de 5 minutos de cada lado.
Sirva quentes.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Massa com cogumelos, amêndoas e queijo halloumi (vegetariano)


Nos programas de culinária que vejo no 24 Kitchen e no Food Network, vejo algumas vezes usarem queijo Halloumi. É um queijo muito denso, feito com mistura de leites de vaca, ovelha e cabra, que se consegue grelhar e não derrete nem perde a forma. Tinha curiosidade em experimentar e há algum tempo atrás procurei este queijo nos supermercados e acabei por encontrar no Supercor (o supermercado com a maior variedade de produtos que conheço). Este chamava-se Halloumi Chipre.
Neste dia juntei estes ingredientes simples e fiz o meu almoço num instante.
Cortei 3 fatias finas de queijo e, em vez de o grelhar, cozinhei-o na frigideira onde tinha cozinhado os cogumelos, já sem gordura nenhuma. Ficou bom, com uma cor e textura parecida com bifes de perú, mas sabor de queijo.

Nota: prato vegetariano e não vegan porque tem queijo.

Para 1 pessoa:
- massa (usei esparguete)
- azeite
- 2 cogumelos cortados em fatias finas
- amêndoas
- orégãos
- 3 fatias de queijo halloumi

Coza a massa em água com sal, escorra e reserve.
Enquanto a massa coze, lave e corte os cogumelos e coloque-os numa frigideira com um fio de azeite. Cozinhe durante uns minutos e vire-os para cozinhar do outro lado. Adicione as amêndoas e o orégãos e deixe cozinhar durante mais uns minutos, até os cogumelos ganharem alguma cor. Retire para um prato e coloque o queijo na frigideira. Deixe dourar de um lado e vire para dourar do outro.
Sirva a massa com os cogumelos e o queijo.

domingo, 16 de março de 2014

Queques de Chocolate # 2


Os queques de chocolate cá em casa continuam a fazer sucesso, e estes ficaram ainda melhores do que os primeiros que fiz. Para quem pensa que os bolos vegetarianos ou vegan não são doces, engana-se. Estes saíram muito bem, e as diferenças que noto é que são mais leves e menos densos do que os bolos feitos com ovos. Em substituição dos ovos, esta receita tem um vulcão: bicarbonato de sódio e vinagre.
Fonte: Yoga Cupcakes do livro Chloe's Vegan Desserts.

Para 18 queques:

- 1 1/2 chávenas (cups) de farinha com fermento
- 1 cháv. de açúcar branco
- 1/3 cháv. de cacau em pó
- 1 c. chá de bicarbonato de sódio
- 1/2 c. chá de sal

- 1 cháv. de água
- 1/2 cháv. de óleo de girassol
- 2 c. sopa de vinagre branco ou vinagre de sidra de maçã
- 1 c. sopa de extracto de baunilha (*)

Ligue o forno a 180º.
Forre formas de queques com copinhos de papel para queques.
Numa taça misture todos os ingredientes secos, peneirando o cacau para desfazer todos os pedaços grandes. Noutra taça, misture todos os ingredientes molhados com uma vara de arames.
Junte os ingredientes molhados aos secos e misture com uma vara de arames, ou na batedeira em velocidade baixa, só até os ingredientes estarem todos misturados e a massa homogénea. Não bata demais, senão os queques ficarão duros.
Deite a massa nas formas de queques enchendo os copinhos até 2/3 da sua capacidade. Para isto eu uso uma colher de gelado daquelas de apertar. É a maneira mais fácil, rápida e limpa que eu conheço de encher formas de queques.
Leve ao forno durante aproximadamente 15 minutos, ou até que um palito espetado no centro saia seco.
Deixe arrefecer numa grelha de arrefecimento. Conservam-se bem numa caixa fechada até 3 dias.


Nota: Use um vinagre de que goste porque o seu sabor influencia o sabor dos queques. Não sabem a vinagre, sabem a bolos, mas se usar um vinagre de que não gosta, pode também não gostar do sabor final dos queques.

Panquecas e Sumo de laranja, maçã, pêra e espinafres


O nosso pequeno-almoço almoço preferido para os fins-de-semana é panquecas. As crianças adoram regadas com mel ou maple syrup (o "xarope" como o Luís lhe chama), e cobertas com mirtilos. Há já bastante tempo que as faço e são uma receita fácil de se "veganizar". Para acompanhar, neste dia o sumo foi de laranja, maçã, pêra e espinafres. Muito doce graças às laranjas que eram muito doces, e muito verde mas sem se notar o sabor dos espinafres.

Sumo:

- 2 laranjas grandes
- 2 maçãs
- 2 pêras
- 1 mão cheia de espinafres frescos
Descasque as laranjas, lave e corte as maçãs, as pêras e os espinafres em pedaços e coloque tudo na máquina de sumos. Truque para os espinafres: coloque-os na máquina ensanduichados com as maçãs.


Para 10 a 12 panquecas:

- 1 1/2 chávenas de farinha sem fermento
- 1 c. sopa de fermento royal
- 1/2 c. chá de sal fino
- 1 chávena de leite vegetal (eu usei de aveia) à temperatura ambiente ou ligeiramente morno
- 3 c. sopa de agave (ou mel)
- margarina para cozinhar (opcional)

Numa taça misture os ingredientes secos. Num copo medida misture o leite com o agave. Junte os ingredientes molhados aos secos e misture com uma colher de pau. É normal ficarem alguns grumos. Não misture demais senão as panquecas ficarão duras.
Coloque uma frigideira de crepes anti-aderente em lume médio e, se quiser, unte com um pouco de margarina. Se a frigideira for anti-aderente não há necessidade de untar porque as panquecas não se colarão ao fundo.
Deite colheradas de massa na frigideira e deixe cozinhar durante 1 ou 2 minutos até se começarem a formar bolhinhas na panqueca. Eu uso uma colher de gelado das de apertar, é muito prática para panquecas, scones, queques...
Quando se começarem a formar bolhinhas, vire as panquecas com a ajuda de uma espátula e deixe cozinhar mais 1 minuto do outro lado, até ficarem douradas.
Retire-as para um prato e cubra para manter quente. Repita o processo para cozinhar toda a massa.


Sirva quentes com acompanhamento a gosto:
- fruta
- maple syrup ou mel
- iogurte (versão não-vegana)

A Joana gosta tanto de mirtilos que enquanto houver na mesa ela não pára até os comer todos. Hoje cobria a panqueca toda, comia-os um a um e repetia.


sábado, 15 de março de 2014

Esparguete com molho de salsichas (vegetariano)



Vi estas salsichas vegetarianas no Brio, e quis experimentar. São salsichas tipo Frankfurt, e são muito parecidas em sabor e textura com as salsichas de lata Nobre, que todas as crianças adoram.
Juntei-as com alguns ingredientes simples, e saiu um prato rápido e saboroso.

Nota: Este prato é vegetariano e não vegan, porque as salsichas têm como ingrediente clara de ovo e vestígios de leite.

Para 4 pessoas:
- Massa (usei esparguete)
- 1 cebola roxa picada
- 1 dente de alho
- azeite
- 2 frascos de salsichas vegetarianas
- sementes de funcho
- sal e orégãos
- 1 tomate médio, cortado em pedaços
- polpa de tomate
- 2 tomates secos
- água


Coza a massa em água com sal, escorra e reserve.
Enquanto a massa coze, prepare o molho:
Descasque e pique a cebola e o dente de alho e leve ao lume numa frigideira com um fio de azeite. Deixe cozinhar uns minutos, e adicione as salsichas cortadas em pedaços pequenos. Tempere com sal, orégãos e algumas sementes de funcho e deixe cozinhar mais uns 2 minutos.
Adicione o tomate fresco cortado em pedaços, os tomates secos e a polpa de tomate e envolva tudo. Se estiver muito espesso, junte um pouco de água, para ajudar a ficar com consistência de molho. Tape e deixe cozinhar durante uns 5 minutos.
Sirva a massa com o molho por cima.

Resumo da semana #1

A minha conquista desta semana é que não como carne há mais de 7 dias, e já na semana anterior só tinha comido uma refeição de carne. A partir de agora é seguir em frente sem olhar para trás. :-)
No entanto continuo a ter duas dificuldades:
- quando não preparo marmita para o almoço, é muito difícil (quase impossível) escolher um prato não vegano nos restaurantes ao pé do emprego, porque a única opção vegetariana que posso encontrar é sempre feita com ovos.
- o feito de conseguir que os meus filhos comam pratos diferentes do habitual a que estão acostumados continua complicado. Pode ser culpa minha (por não os ter habituado à variedade de alimentos que uso agora), ou pode ser da idade em que o meu filho está, em que não gosta de nada (mesmo quando o prato é carne), mas sou responsável por alimentar uma família de 4 pessoas e fazer a mudança para pratos veganos não está a ser muito fácil.
Uma coisa que tenho aprendido com os meus filhos, que têm 6 e 2 anos anos, é que os bebés experimentam toda a comida que vêem mas conforme vão crescendo querem comida simples e com pouca cor, do género carne com arroz ou peixe com batatas. Isto provavelmente é influenciado pelos amigos na escola porque apesar de gostarem de sopa passa a ser normal dizerem que não querem sopa, ou apesar de gostarem de peixe (e comerem todo o peixe com gosto) dizem sempre que não gostam e não querem peixe.
A minha filha, que tem 2 anos, ainda vai experimentando de tudo e mais depressa quer o que está no meu prato do que o prato dela, mesmo sendo a mesma comida, mas com o mais velho é mais difícil. Se o prato é colorido, com muita variedade e ele não consegue logo identificar o que é, não come nada.
E aqui entra outra regra cá de casa: tento não fazer comidas diferentes, o ideal é que toda a família coma a mesma refeição, tendo em consideração os gostos de cada um. Se há algo que alguém não gosta mesmo, não faço, mas quando sirvo um alimento que sei que nunca experimentaram, todos têm que ter respeito por quem cozinhou e experimentar para ver se gostam ou não.
Acredito que com o tempo isto irá melhorar, e estou a fazer bem em habituá-los a uma maior variedade de alimentos e de pratos, para que um dia quando tiverem idade para entenderem e possibilidade de escolha no tipo de alimentação que querem fazer, encarem uma alimentação vegetariana/vegana como algo normal e saudável, quer a queiram seguir ou não.

Quanto aos pratos da semana que passou, correu bem mas podia ter corrido melhor. Ainda ando a procurar receitas e a aprender a cozinhar alimentos que não costumava usar. E ainda tenho peixe no congelador que não vou estragar, por isso fiz dois jantares de peixe, e os restantes foram os pratos que publiquei durante a semana. Os meus almoços foram metade de marmita e dois do restaurante ao pé do emprego, em que comi vegetariano (pratos com ovos).
A próxima semana será melhor. :-)

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sumo de laranja, kiwi e maçã



Um sumo cheio de vitamina C e fibra, doce e fresco.

Para 1 copo:
- 1 laranja
- 1 maçã
- 2 kiwis

Descasque a laranja e os kiwis e corte-os em pedaços grandes. Lave a maçã, corte-a ao meio e retire as sementes. Coloque tudo na máquina e misture. Se for necessário, adicione um pouco de água.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Esparguete com feijão, figos e brócolos


Fiz uma vez uma massa com feijões e bacon que os meus filhos adoraram, e andava a querer fazer uma versão vegetariana ou vegan dessa massa. Foi neste dia e todos gostaram. A Joana então até comeu os brócolos e os feijões todos um a um antes da massa!

Para 4 pessoas:
- esparguete (ou outra massa comprida a gosto)
- brócolos
- azeite
- 1 cebola roxa pequena, cortada fina
- 2 tomates, cortados em pedaços
- 1 lata de feijão manteiga ou feijão branco cozido, escorridos e enxaguados
- figos secos, cortados em pedaços pequenos
- sementes de sésamo
- sal, pimenta e orégãos
- polpa de tomate
- 100 ml de leite de côco (ou leite de aveia)


Lave e corte os brócolos em floretes pequenos e coza-os em água com sal, até ficarem al dente. Escorra e reserve.
Coza a massa até ficar al dente, escorra e reserve mantendo quente.

Numa panela deite um fio de azeite e refogue um pouco a cebola. Adicione os tomates, e deixe cozinhar durante 2 minutos. Junte os figos, o feijão, as sementes de sésamo e os temperos e misture. Adicione a polpa de tomate até quase cobrir, junte o leite de côco e deixe cozinhar durante 10 minutos.

Sirva a massa quente com os brócolos e o molho.



Quando faço o jantar, cozinho sempre um pouco de comida a mais para sobrar para o meu almoço do dia seguinte. Cá em casa somos 4, por isso faço comida como se fosse para 5 pessoas e coloco logo na minha caixinha de levar para o emprego, uma Bento Box da Black Blum.
Para além de poupar monetariamente, ao pé do meu emprego há muito poucos restaurantes e é quase impossível comer um prato vegetariano, por isso levar o almoço de casa é a minha melhor opção.
Assim, depois do jantar preparo logo as caixas (sopa e prato principal), coloco no frigorífico e na manhã seguinte coloco tudo numa mala juntamente com uma peça de fruta e uma sandes para o meio da manhã.
E sandes de quê? Isso fica para outro post. :-)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sumo de laranja, kiwi, pera e nabiça


Os sumos são frequentes cá em casa, principalmente ao pequeno-almoço. Desde que deixámos de beber leite de vaca, a bebida da manhã passou a ser mais vezes sumo do que outra bebida. 
Habitualmente faço-os só com frutas, mas de vez em quando junto um vegetal. O meu marido achava que não gostava de sumos com vegetais, e então eu passei a dar-lhe o copo do sumo sem lhe dizer os ingredientes. Ele perguntava de que era e eu dizia "bebe e diz-me se gostas." Nas primeiras vezes ele desconfiava, mas ao fim de pouco tempo passou a aceitar bem porque gostava quase sempre do resultado. :-)
Neste dia juntei umas folhas de nabiça. Ficou muito verde e, curiosamente, doce e delicioso.


Para 2 copos:

- 2 laranjas (ou sumo espremido de 2 laranjas)
- 3 kiwis
- 2 peras
- folhas de nabiça

Coloque todos os ingredientes na máquina de sumos, na centrifugadora, na liquidificadora ou na Bimby, e misture. Se for necessário, junte um pouco de água.

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Nota: um sumo pode-se fazer em qualquer uma destas máquinas. Dependendo da máquina, poderá ser necessário espremer as laranjas primeiro e juntar o seu sumo ao restante, ou poderá ser necessário juntar um pouco de água no final.
A minha máquina preferida para fazer sumos é uma "slow juicer" da Hurom, da qual falarei noutro tópico.

terça-feira, 11 de março de 2014

Vermicelli de arroz com cogumelos, figos, abacate e amêndoas



Para fazer este prato, abri o frigorífico para ver o que tinha e juntei uns quantos ingredientes que achei que deviam ficar bem. Foi a primeira vez que usei rice noodles e gostei. É mais leve do que massa e não tem glúten, mas a maior vantagem é que é muito rápido de cozer.
O prato resultou bem, ficou óptimo e no meu almoço do dia seguinte continuava saboroso.


Para 2 pessoas:
- massa vermicelli de arroz (rice noodles) (aprox. meio pacote)
- 2 cogumelos portobello
- azeite
- sal e orégãos
- figos secos
- 1 abacate
- amêndoas
- 1 tomate

Lave os cogumelos e corte-os em fatias. Leve uma frigideira ao lume e, com a frigideira seca toste um pouco as amêndoas (durante uns 2  minutos). Retire-as e reserve.
Na frigideira coloque azeite e salteie os cogumelos temperados com orégaos até ficarem cozinhados. Reserve.
Enquanto os cogumelos cozinham, corte o abacate ao meio no sentido do comprimento, retire o caroço e retire a polpa com uma colher de sopa. Corte a polpa em fatias e depois em cubos. Reserve.
Corte os figos secos em pedaços pequenos.
Corte o tomate em pedaços.
Prepare a massa conforme as instruções da embalagem. Coloque a massa numa travessa onde ela caiba. Aqueça água até ferver e regue a massa, certificando-se de que fica toda coberta. Tempere com sal e deixe ficar de molho durante 5 minutos.
Escorra a massa, coloque nos pratos e adicione todos os ingredientes. Sirva quente.

Papa de Aveia / Porridge / Oatmeal


Gosto muito de aveia para o pequeno-almoço. Dá energia, não tem glúten, é simples de se fazer e é saudável. Adiciono os condimentos que me apetece e assim se varia os sabores. Até há pouco tempo costumava cozinhar as papas de aveia com leite, mas agora cozinho com água e gosto mais.

Para 2 pessoas:
- 1 chávena de flocos de aveia integrais
- 2 chávenas de água
- sal qb
- condimentos a gosto (canela ou cominhos ou noz moscada...)
- sementes de sésamo e de chia

- frutos vermelhos para acompanhar
- maple syrup, xarope de agave ou mel (versão vegetariana)

Leve a água a ferver numa panela pequena, e quando ferver deite a aveia, o sal e os condimentos. Deixe cozer durante 10 minutos em lume médio/baixo. No fim da cozedura adicione as sementes e envolva.
Coloque nos pratos, cubra com as frutas e regue com os xaropes ou o mel.
Deixe arrefecer um pouco e sirva ainda quente.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Há dias mais fáceis do que outros

Ontem passámos um dia muito bom, saímos de casa, fomos almoçar com amigos que não víamos há muito tempo (alguns há mais de 2 anos!), o Luís foi a uma festa de anos e eu e a Joana fomos lanchar com uns primos. Mas num dia tão bom houve um senão: tive tanta fome...
O almoço foi numa churrasqueira e o prato era grelhada mista de porco. Cheirava maravilhosamente bem a churrasco, mas a carne de porco é uma das que deixei de comer primeiro. Assim o resultado foi que só comi arroz branco e batatas fritas. Paciência, um dia não são dias, como se costuma dizer.
O almoço durou até tarde, as crianças adoraram, conheceram ou reencontraram os filhos dos nossos amigos e brincaram imenso. Foi muito bom.
Depois a caminho de casa levámos o Luís a uma festa de anos, e quando chegámos a casa eu tinha tanta fome... Comi uma sandes de compota e entretanto apareceram os meus primos de surpresa a convidar-nos para ir lanchar aos Pastéis de Belém e lá fomos eu e a Joana. Comi 2 pastéis e trouxe mais para comer em casa. Feitos com ovos de categoria 3 e leite e manteiga de vacas leiteiras de produção intensiva. Enfim, nada vegan, mas naquela tarde soube-me bem. :-)
Cheguei a casa mais recomposta e reconfortada, e para o jantar inspirei-me e fiz um prato de vermiceli de arroz com cogumelos portobelo, brócolos, abacate e amêndoas tostada. Ficou delicioso e bonito, e deu para compensar as refeições anteriores. :-)
A receita vem já a seguir.

Receitas vegetarianas

Este é o meu segundo blogue. O primeiro é o meu blogue omnívoro, como eu agora lhe chamo, o Confessions and Cookbooks, que infelizmentetem estado parado por falta de tempo meu para voltar a escrever receitas. Entretanto lembrei-me que tenho no Confessions várias receitas vegetarianas e fui ver se alguma se pode considerar vegan, para a publicar aqui. Para espanto meu para além das sopas (que são o mais fácil de ser vegan) nem uma receita é vegan, ou porque tem ovos e leite, ou porque tem um bocadinho de manteiga. Mas isso não significa que as abandone. Vou "veganizar" as que conseguir, e hão-de aparecer aqui. :-)
Até lá, para quem quiser receitas vegetarianas, é só seguir o link para vários pratos testados, aprovados e deliciosos: aqui.

domingo, 9 de março de 2014

Queques de Chocolate # 1



Para primeira receita do blogue trago queques de chocolate. Uma parte essencial para me tornar vegan é conseguir fazer bolos tão bons e deliciosos como os que faço com ovos (ou "fazia com ovos"). Já que é quase impossível encontrar escolhas vegan nas pastelarias, tenho que poder fazer os bolos em casa para quando me apetece algo doce... que é muitas vezes.

Esta foi a primeira receita de bolo ou queques vegan que fiz, e saiu perfeita. Nunca tinha tentado fazer bolos sem ovos e nem tinha antes pensado se ficaria bem, mas estes queques ficaram doces e leves. Em substituição dos ovos, a receita usa bicarbonato de sódio e vinagre, que reagem ao serem juntos, fazem espuma e criam volume no bolo. É como fazer um vulcão com uma criança. :-)
Desde então já tentei fazer mais algumas receitas que não resultaram bem, por isso por agora vou manter esta receita para fazer mais vezes. Sem manteiga, ovos ou leite.
Receita da Lindsay do blog "Eighty Twenty".

Para 24 queques pequenos

- 2 1/4 chávena farinha sem fermento
- 1 1/2 cháv. açúcar branco
- 1/2 c. chá sal
- 1 1/2 c. chá bicarbonato de sódio
- 1/3 cháv. cacau em pó
- 1/2 cháv. óleo vegetal (usei de girassol)
- 1 1/2 c. sopa vinagre branco
- 1 1/2 cháv. água

Ligue o forno a 180º.
Numa taça misture todos os ingredientes secos, peneirando o cacau. Noutra taça misture o óleo, o vinagre e a água. Junte os ingredientes molhados aos secos e misture só até estarem envolvidos. A massa fica bastante líquida, é mesmo assim.
Deite a massa em formas de queques preparadas com copinhos de papel para queques (cupcake liners), enchendo até 2/3 da altura. Para isto eu uso uma colher de gelado daquelas de apertar. Leve ao forno durante 15 a 18 minutos, ou até que um palito espetado no centro saia seco.
Quando retirar do forno, deixe-os arrefecer numa grelha de arrefecimento.

A aventura de jantar fora

Ontem fui jantar fora com umas amigas, algo que não fazia há muuuito tempo. Como sou uma vegetariana recente, as pessoas ainda se espantam com as minhas escolhas de pratos, e na maior parte das vezes não é fácil para mim escolher o que comer num restaurante. As opções são quase sempre entre carne e peixe, e em poucos restaurantes lá encontro um prato vegetariano.
Ontem até tive sorte. Entre as várias opções na ementa havia "Couscous com cogumelos, maçã vermelha, cebola caramelizada e beterraba, com molho de iogurte e rúcula". Pedi o prato sem o molho de iogurte e era delicioso. Gostei tanto que vou ver se faço cá em casa para o jantar um dia desta semana. Para entrada pedi um creme de abóbora sem umas raspas de bacon que mencionava na ementa, e também foi uma boa escolha. Até para a sobremesa havia uma opção quase vegan que era deliciosa: pêra bêbeda em vinho do porto com amêndoas torradas e molho de mel (para veganizar, seria pedir sem o mel). Mas na sobremesa não consegui resistir e comi mesmo um petit gateau (feito com ovos, muito provavelmente de categoria 3). O meu processo de me tornar vegan ainda está no início, e a minha filosofia é que tenho que ir aos poucos e se me apetecer mesmo muito um bolo não vegan, vou-me permitir essa indulgência.
Overall, o meu jantar fora quase vegan correu muito bem. :-)

A decisão de mudar


“O que é que vou fazer hoje para o jantar?”
Assim começa o livro que estou a ler atualmente, “The Omnivor’s Dilemma” e, curiosamente, esta é a pergunta que mais ouço relacionada com comida, seja das amigas ou colegas de trabalho, ou de mim própria. Deveria ser uma pergunta de fácil resposta, tão grande é a panóplia de alimentos que podemos comer, mas não é. E para mim, desde há algum tempo para cá, passou a ser ainda mais complicada de responder.
Para tentar responder a esta pergunta, vou começar pelo fim: estou a tornar-me vegan. Não por uma questão de saúde, talvez tenha começado pela saúde com os alimentos biológicos, mas agora por uma questão moral.
E o que é ser vegan? Há uns anos atrás eu achava que os vegans eram pessoas radicais e fundamentalistas, que só comíam o que cai das árvores para apodrecer, raízes, e pouco mais. Parece ridículo, mas ainda hoje eu ouço isto, e não tem nada a ver com a realidade.
O veganismo nasceu em 1944, criado por um senhor chamado Donald Watson que fundou a British Vegan Society, primeiro para se distinguir do termo vegetariano que incluía o consumo de ovos e leite, e depois para definir um modo de vida sem consumir quaisquer produtos animais nem a exploração dos animais. Da palavra vegetarian, pegou nas primeiras e as últimas letras e criou a palavra vegan.
E ser vegan é simplesmente isto. É não consumir produtos animais, tanto na alimentação como por exemplo no vestuário. Para mim é uma escolha consciente daquilo que como e de como a minha vida e o meu consumo pode afectar as vidas dos animais (ou dos outros animais), e é uma escolha ponderada e consciente das implicações que isso pode ter na minha saúde (para melhor, espero eu), e das consequências que o nosso modo de vida pode ter na natureza, no planeta, no mundo que deixo para os meus filhos.
Mas a história da minha decisão não começou relacionada com os animais, começou com as frutas e legumes biológicos, e com a minha preocupação com os pesticidas que estava a dar de comer aos meus filhos, e os nutrientes e vitaminas que eu acreditava não serem suficientes nas frutas e legumes de produção intensiva. Um dia, ingrediente após ingrediente, comecei a olhar para os alimentos que compro no supermercado, a procurar entender o que cada um é, se é saudável ou não, se é suposto estar naquele alimento ou não, se me vai fazer bem, se não vai fazer nada, ou se me vai fazer mal. Em conversas com amigas, artigos de revistas, jornais e internet, blogues e livros, aos poucos comecei a mudar alguns ingredientes e a adicionar outros à minha alimentação e da minha família, por acreditar que nos farão melhor.
Foi um processo que começou no supermercado, quando um dia reparei nas frutas e legumes biológicos no Pingo Doce. Os preços eram mais caros, mas comecei por comprar alguns para ver se notava diferença entre esses e os não-biológicos do costume. Ao desembrulhar um pedaço de abóbora o seu cheiro era tão intenso (de bom!) que o meu marido que estava no outro lado da cozinha disse “o que é isso que abriste que cheira tão bem?”. A partir daí passámos a comprar mais fruta e legumes biológicos, depois passámos aos iogurtes, e mais tarde ao leite. Foi uma mudança por fases. Era tudo um pouco mais caro, mas acreditámos que fariam melhor à saúde do que os não-biológicos, e decidimos tentar continuar a consumir esses produtos sempre que pudéssemos.
Sou uma pessoa de cidade. Nasci e vivi a minha vida toda na cidade e a minha família é toda de Lisboa e arredores. E isto de ser da cidade tem um aspecto importante no que toca à comida. A minha comida vem do supermercado. Não vem da horta do avô, ou das galinhas da avó, ou do porco lá da aldeia. Vem da prateleira do supermercado. Aprender que o leite vem da vaca é algo subjectivo e não muito real para mim enquanto criança, porque nunca vi uma vaca a ser ordenhada. O leite vem do pacote da prateleira do supermercado. A única excepção a isto foram os ovos. Há 37 anos atrás Cascais (onde eu nasci) era quase província, e lembro-me de ser pequena e ir com a minha avó a casa de uma vizinha que tinha uma capoeira com galinhas e íamos lá comprar os ovos fresquinhos postos no próprio dia. Essa deve ter sido a relação mais próxima que tive com os animais que comía. Entretanto desde essa altura até agora tudo mudou, a casa da vizinha transformou-se num prédio, tal como todos os outros ao lado, e passámos a ir comprar os ovos ao supermercado.
Nunca mais pensei nisso até ter filhos, e ao vê-los crescer comecei a recordar de novo estes episódios, porque apercebi-me de que o seu único contacto com a proveniência da nossa comida é mesmo o supermercado. Como pouco posso fazer quanto a isso, comecei a procurar informação sobre a proveniência, composição e processamento dos alimentos que compro, e aos poucos, comecei a optar por produtos biológicos em detrimento de alimentos processados, por acreditar que mantêm os nutrientes que são suposto ter e que não têm pesticidas, hormonas de crescimento, e outros aditivos prejudiciais para a nossa saúde. Curiosamente, para isto contribuiu o facto de viver numa grande cidade, onde tenho disponível uma grande oferta de supermercados, com uma grande variedade de alimentos. A 5 minutos de casa tenho hipermercados, supermercados, mini-mercados, supermercados biológicos, e à distância de uns cliques até tenho uma quinta com serviço de entrega ao domicílio de alimentos frescos biológicos, como se fosse a minha horta pessoal. Se vivesse numa cidade mais pequena, certamente não teria toda esta oferta.
Assim, apesar de a minha “terra” ser o 7º andar de um prédio na cidade, consigo facilmente ter acesso a toda uma panóplia de produtos alimentares, que me permitem fazer uma alimentação mais saudável.
Desta forma, aos poucos comecei a alterar a alimentação da minha família, começando pelos alimentos biológicos, escolhendo também alimentos não biológicos com poucos ingredientes e pouco processados, optando por vezes por escolhas vegetarianas. Desde que comecei a comprar carne biológica, deixei de comprar e consumir porco e perú, e mantive só as carnes de vaca e frango em casa, alternadas com pratos vegetarianos. Penso bem no que compro, planeio refeições (quando me dá para isso), não compro quantidades grandes de comida e não desperdiço. Todas as sobras são transformadas e reaproveitadas.
Quem olhar para mim no supermercado vê-me a virar as embalagens à procura das listas de ingredientes, a lê-las, e muitas vezes a voltar a colocá-las na prateleira. Compro muitos frescos, fruta, legumes e alimentos de despensa pouco ou nada processados. Quando compro carne só compro biológica, e tomo atenção à origem do peixe, e se as embalagens de atum têm o símbolo dolphin safe.

Entretanto, com tudo isto, com a pesquisa por uma alimentação mais saudável comecei a tornar-me mais consciente do que é e do que implica comer animais e produtos animais. De como nascem, as condições em que vivem, o que comem, como é que uma vaca tem leite (sim tem que ter um bebé), o que é a carne de vitela (sim são os bebés das vacas), como é que as galinhas vivem em gaiolas, como vivem as porcas que vão ter bebés. Enfim, é todo um mundo assustador para o qual eu não quero contribuir mais.
Na verdade acho que sempre fui receptiva a essa opção. Desde que me lembro de mim que só comía os animais mais “habituais” ou “tradicionais” da cultura ocidental, vaca, porco, frango e perú, além de alguns peixes. No único dia do ano em que comía cabrito (no Natal) já não me sentia muito à vontade a olhar para o meu prato, e sempre recusei comer outros animais, como coelho, pato ou borrego. O meu motivo era que não gostava do sabor da carne, mas ao lembrar o meu primeiro contacto com um coelho em criança, acho que sempre tive umas células vegan em mim.
É uma das minhas memórias mais antigas, devia ter uns 5 ou 6 anos de idade, e fui à terra da minha avó no norte do país, a casa de uns familiares que eu não conhecia. Eles tinham alguns animais e mostraram-nos (às crianças) um coelho, deixaram-nos tocar nele e, é claro, adorámos o coelho, era tão fofinho. Entretanto disseram-nos que tínham que levar o coelho porque ele ía ser o almoço desse dia, e íam matá-lo, tirar-lhe a pele e arranjá-lo para o cozinharem. Eu fiquei chocada, só me lembro de estar dentro de casa a pensar que estava uma pessoa a matar o coelho lá fora, e a imaginar como seria, uma imagem gráfica horrível. É claro que quando serviram o coelho ao almoço eu não comi nada, e desde esse dia nunca fui capaz de comer coelho. Em 37 anos de idade, quando me diziam para experimentar uma carne de um animal fora do meu habitual eu sempre respondia “já como animais suficientes, não quero nem preciso de comer outros”.

E assim agora vem a vontade de me tornar vegan. Para mim foi a evolução da procura por alimentos mais saudáveis e menos processados, para o viver em paz com os animais. É a consciência de que o motivo pelo qual eu como animais é puramente cultural, e a escolha de que animais comer é simplesmente aleatória: nasci em Portugal, por isso como vacas, se tivesse nascido na Índia não comia vacas, se tivesse nascido na China comia cães, e por aí fora.
E quando me dizem “somos omnívoros, temos que comer de tudo.” eu respondo “ser omnívoro significa poder comer de tudo, e não ter que comer de tudo.”, significa poder escolher.

Então quero tornar-me vegetariana ou vegan?

Esta é a pergunta para a qual ainda estou a procurar a resposta.
Neste momento sou algo intermédio. Penso que estou um passo à frente de vegetariana, mas ainda não sou vegan. Há quase uma ano que não consumo leite de vaca nem lacticínios, mas ainda consumo ovos biológicos e peixe. É a ideia de que para ter leite e ovos não é preciso matar as vacas e as galinhas, mas estou-me a aperceber que não é bem assim. Além disso quase todos os alimentos que compramos têm leite de vaca ou derivados como ingrediente, ingredientes esses que vêm de animais de produção intensiva, mesmo que seja em pequena quantidade como por exemplo a margarina para cozinhar, por isso ainda não me posso considerar vegan. Mas lá chegarei. :-)
Duas coisas são verdade:
- eu era feliz quando não lia listas de ingredientes e não pensava na origem dos alimentos que consumia, era uma ignorância feliz.
- mas agora que penso de outra maneira já não seria capaz de voltar a ser assim, e sou feliz de uma forma muito mais compensadora e reconfortante.
Já não consigo comer sem consciência daquilo que estou a comer. Talvez agora às vezes me sinta angustiada nas compras, porque as escolhas são difíceis e às vezes cansam, mas isto é um processo que tenho que passar, e sinto a minha consciência mais tranquila e feliz, sinto que estou a tentar deixar um mundo melhor para os meus filhos e a educá-los para continuarem a transformar este mundo num mundo melhor do que o que temos hoje.
Aos poucos (mais uma vez aos poucos, porque uma tão grande mudança na alimentação de uma pessoa só se consegue fazer com sucesso se for assim) tenho escolhido o que eliminar da minha alimentação e o que incorporar. Ou porque acredito que será melhor para a minha saúde, ou porque é o melhor para a minha consciência. E como sei que é um processo cujo início não é fácil, seja por dificuldade em encontrar informação, seja por não saber o que comer, ou seja por quem está próximo não entender ou aceitar, decidi partilhar o meu processo aqui. Este será o meu livro de receitas pessoal, e será também o meu registo de vitórias e dificuldades nesta viagem para ajudar a tornar o mundo num sítio melhor.